Sustentabilidade no cultivo de camarão é tema de curso

Encontro reuniu prefeito e interessados pelo tema
Ascom/Wagnevilton Ferreira

A Associação dos Criadores de Camarão de Canavieiras promoveu nesta quinta-feira (14), no auditório da Secretária Municipal da Educação, o curso “Sistema de Produção Intensiva de Camarões Marinhos com Mínimo Uso de Água – O Caminho para a Sustentabilidade nos cultivos. O curso foi ministrado pelo engenheiro de aquicultura e mestre em aquicultura, Bruno Ricardo Scopel.

Presente ao evento, o prefeito de Canavieiras, Almir Melo, ressaltou que é importante para o gestor acreditar no empreendedorismo como forma de desenvolver a economia do município. “Sempre acreditei na carcinicultura, uma atividade que sempre está em busca de produzir mais e melhor”, ressaltou.

Acredita o prefeito, que a utilização de tecnologias modernas é uma demonstração de que os empresários acreditam no seu empreendimento, investindo no uso da ciência. Almir Melo também destacou a preocupação dos carcinicultores com o meio ambiente, dando como exemplo esse curso.

Para o presidente da Associação de Criadores de Camarão de Canavieiras, Vilmar Macari, os carcinicultores estão sempre desenvolvendo novas ações e processos tecnológicos de produção. “Canavieiras é um celeiro para a produção de peixes e camarões, com uma natureza exuberante e recursos hídricos à disposição. E nós temos o compromisso de preservá-los”, considerou.

Novas plataformas – Segundo o palestrante Bruno Scopel, o uso de alternativas de produção tem sido uma constante na atividade de carcinicultura, com a finalidade de produzir um produto de qualidade a um preço justo. Nesse sentido, a introdução de novas tecnologias é cada vez mais crescente, inclusive com a mudança de plataformas.

Hoje, com a escassez dos recursos hídricos, é necessário buscar o caminho para a sustentabilidade social, ambiental e econômica. “Todas essas ações estão lastreadas no uso de recursos biológicos naturais, sem a utilização de produtos químicos ou antibióticos na produção”, esclarece o engenheiro de aquicultura.

Ao mesmo tempo em que essa nova plataforma utiliza menor quantidade de água, também diminui o volume de efluentes lançados na natureza. Para isso, utiliza-se água de qualidade em todo o ciclo de produção, evitando ou diminuindo os riscos de contaminação por doenças.

Informa Bruno Scopel, que a tecnologia apresentada é resultado de pesquisas acadêmicas já validadas em campo em diversos países dos cinco continentes. “Visitei todos os países que estão utilizando essa nova plataforma antes de introduzir no país e hoje todos os produtores estão contentes com os resultados positivos causados pela mudança”, relata.

Como resultados práticos, a produtividade é destacada pelo palestrante. Segundo ele, normalmente se produz num ciclo de 1,5 a 4 toneladas de camarão em um hectare. Entretanto, com a utilização da tecnologia a produtividade poderá ser ampliada para 50 a 60 toneladas por ciclo na mesma área.

Para o técnico, a criação de camarões em cativeiro tem seus desafios de produção, mas é uma atividade em que os problemas se resumem à gestão, respeito à legislação e alguma ação política. “Hoje o mundo está em busca de alimentos mais saudáveis e os frutos do mar têm todas essas características”, explica.

Segundo as estatísticas, cerca de 98 % da produção de camarão em cativeiro do Brasil são comercializados no mercado interno, o que demonstra a potencialidade desse segmento econômico. “É hora de implantar novos paradigmas, sempre inovando, pois existe um mercado em todo o mundo ávido por consumir camarão de qualidade”, concluiu o engenheiro Bruno Scopel.